Moda

Malwee amplia coleção produzida a partir de roupas que iriam para o lixão

A Malwee anuncia um lote com quase o dobro de malha produzida com o fio, que leva 85% de fibras de roupas usadas e 15% de poliéster. Calças, jaquetas de moletom e vestidos são lançados nas cores cinza e preto

A marca de roupas Malwee segue avançando na produção de peças com princípios da economia circular. Depois de duas edições da blusa de moletom desenvolvido com o “fio do futuro“, composto por fibras de roupas usadas, agora a marca anuncia um lote com quase o dobro de malha produzida com o fio, que leva 85% de fibras de roupas usadas e 15% de poliéster, e amplia o mix de peças.

Agora, a marca apresenta um conjunto de calça e jaqueta de moletom unissex e um vestido, nas cores cinza mescla e preto, adulto e infantil. São 3 modelos exclusivos disponíveis nos tamanhos P a XGG para adultos e 4 a 16 para crianças e adolescentes. Outra novidade da coleção cápsula fio do futuro são as peças na cor preto, com processo de tingimento que usa 68% de água de reuso.

“Estamos dando continuidade a um importante projeto da companhia de ampliação da economia circular na moda. Aumentar o mix de peças e trazer mais uma opção de cor é bastante relevante para entendermos as possibilidades e incentivarmos a indústria”, diz Gabriela Rizzo, CEO do Grupo Malwee em entrevista à Exame.

Economia circular na moda

Um dos desafios para a produção de mais peças é ampliar a arrecadação de roupas para escalar a fabricação do fio. Para a recém-lançada coleção foram ultilizadas cerca de 4,5 toneladas de peças pós consumo, sem condições de uso, arrecadadas com a Cruz Vermelha, que se transformaram em 2,6 toneladas de malha.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a indústria da moda descarta 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis todo ano no Brasil, entre eles, roupas velhas, retalhos da indústria da moda e peças de couro. “Nosso caminho ainda é longo, mas há muitas oportunidades para inovar quando falamos em soluções de moda circular”, diz Greg Reis, diretor de marketing do Grupo Malwee.

Desde 2022, o projeto já arrecadou 7,4 toneladas de roupas usadas, sem condições de uso e que iriam parar no lixo. Cada peça criada com o fio emite 44% menos CO2 e consome menos de 33% de água em sua produção. Outro impacto é que cada peça faz menos 45% do uso da terra, já que não há dependência exclusiva de matéria-prima virgem.

As peças são produzidas dentro do parque fabril da Malwee que já reduziu em 75% a emissão de gases de efeito estufa nos últimos 10 anos, reutilizou mais de 537 mil m³ de água nos últimos 5 anos e 100% da energia elétrica usada é renovável.

A proposta é que o fio do futuro esteja presente em todas as coleções de Malwee e Malwee Kids a partir de agora. “A Malwee propõe uma moda atemporal, feita para durar. Hoje, as peças são usadas menos de 5 vezes, em média. Queremos reutilizar, ressignificar, transformar, ampliar o uso de cada peça produzida e para reduzir ao máximo o impacto ambiental”, finaliza Reis.

Histórico do  Fio do Futuro

A primeira coleção cápsula de moletons utilizando a matéria-prima foi lançada em 2022 com o Movimento Des.a.fio, no qual o objetivo era chamar a atenção para a necessidade de incentivar a economia circular. Para isso, a marca promoveu uma ação na Avenida Paulista, na qual expôs uma instalação que reuniu uma montanha de moletons usados que, posteriormente, transformaram-se em novas peças produzidas com o fio do futuro. Houve também uma ação na qual o público trocava 5 peças usadas por 1 moletom feito com o fio do futuro.

Em dois anos de projeto (2022-2023), a Malwee transformou 2,9 toneladas de roupas recicladas em 3,3 toneladas de malha e 2.783 moletons Des.a.fio. Para a coleção de 2023, foram usadas 1,7 toneladas de roupas pós-consumo – 1 tonelada arrecadada na primeira fase do projeto, em 2022, e mais 700 kg de peças sem condições de uso adquiridas com ações junto à Cruz Vermelha.

(Fonte: Marina FilippeRepórter de ESG – EXAME – https://exame.com)

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